A juventude tem que ser agora

Guarulhos ocupa 125º posição no ranking do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ), sendo considerada de situação “média” entre as 266 cidades de mais de 100 mil habitantes pesquisadas pelo estudo do projeto “Juventude e prevenção da violência”, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e a Fundação Seade. Indicando que os jovens em nosso município não vivenciam situações violência ou violação de direitos em níveis graves como de outras metrópoles de mesmo porte que Guarulhos.
O que não impede a nossa busca em solucionar os problemas que atingem os jovens guarulhenses com ações e programas efetivos do poder público. Temos desafios que precisam ser observados pela realidade local, com o público de mais de 350 mil jovens na faixa etária dos 15 aos 29 anos e que tem uma diversidade de questões relacionadas ao acesso a Educação, a cultura, ao esporte, a Saúde pública e as diferenças socioeconômicas, sendo uma parcela considerável da nossa população. Saber quem são nossos jovens e como vivem é um primeiro passo. Em Guarulhos o número de jovens (15 aos 29 anos), que morrem por causas externas chega a 88 mortes a cada 100 mil habitantes, um índice alto se considerar que são casos que envolvem acidentes de transito, homicídios ou outros fatores de risco. Também no público das jovens mulheres, chega a 12% o número de mães adolescentes. Estes dados de 2007 (IBGE) integram o Sistema de Informações sobre Juventude e Violência no Brasil.
Com um olhar para estes desafios o prefeito Sebastião Almeida criou através da lei municipal 6507/2009 a Coordenadoria da Juventude como órgão institucional para construir na cidade uma Política Pública de Juventude que integre os programas, projetos e ações e seja um canal permanente de dialogo com as várias juventudes.
Hoje existem diversas ações que buscam oferecer ao público jovem capacitação profissional como é o Programa Oportunidade ao Jovem coordenado pela Secretaria do Trabalho, na educação ambiental no Saae e no Meio Ambiente, na Cultura com as oficinas, o conservatório musical e eventos, o Projovem Urbano e Adolescente em parceria com o governo federal e na Educação através de iniciativas como a Feira do Livro e o CEU Pimentas. Instituições públicas de ensino no campo da formação profissionalizante como Cefet e Fatec ou no ensino superior na Unifesp possibilitam novos horizontes para os jovens na conquista de uma formação humana e para o mundo do trabalho.
Há desafios que não podem ser resolvidos apenas em um “toque de mágica”, ainda temos uma Educação que não garante qualidade na sua plenitude, não garante o primeiro emprego, tem de forma insuficiente equipamentos esportivos, culturais e de lazer gerando um ócio altamente destrutivo e causador de violências. Dados nacionais mostram que o envolvimento de jovens com o mundo do crime tem sido alto, cuja média de idade não chega aos 30 anos. Pesquisa da Fundação Seade mostra que 65% da população entre 15 e 19 anos vivia na periferia das cidades e 11% dos jovens afirmaram já terem presenciado violência policial, evidenciando uma realidade dura: a sociedade não tem dado bons exemplos como referencia para a juventude.
Dialogar com o segmento jovem é oferecer opções de busca permanente por mudanças ou oportunidades. Enfrentar esse ócio que gera a violência é criar um canal do gestor público para garantir direitos e o mais amplo leque de possibilidades, pois no final da história são os jovens que escolhem o seu próprio caminho. Nosso dever é aliar ações, eventos e programas com a juventude visando cultivar valores democráticos, de pluralidade, de respeito e de uma profunda teimosia contra as velhas e novas desigualdades que possam surgir.

Wagner Hosokawa é coordenador da Coordenadoria da Juventude da Prefeitura de Guarulhos





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