Um partido cada vez mais jovem

"Para Jefferson Lima, filiar novos jovens ao PT,
 é um dos principais desafios da nova gestão" 
 
Sergipano de Aracaju, Jefferson Lima tem 24 anos e milita no PT desde 2005. É estudante de História e no II Congresso Nacional da Juventude petista, realizado em Brasília de 12 a 15 de novembro, foi eleito Secretário Nacional da Juventude do PT








Quais eram os objetivos da Juventude do PT com a realização do II Congresso?
O II Congresso da JPT foi um momento de muitos debates, apresentação de propostas e de renovação da direção nacional da Juventude do PT. Momento de discussão de sua organização e dos principais desafios para essa nova geração de petistas.

Em sua avaliação, eles foram cumpridos?
Tivemos algumas dificuldades, mas o balanço final do II Congresso foi positivo. Muita mobilização e unidade após o encontro.

Quantos petistas se envolveram nos debates preparatórios ao congresso? Qual foi seu tamanho total (quantos delegados e delegadas e estados)?
Foram três meses com congressos municipais e estaduais e a etapa nacional no mês de novembro. Conseguimos mobilizar mais de 15 mil jovens petistas em todo o país e realizar as etapas estaduais em todos os 26 estados mais o Distrito Federal. Com essa ampla mobilização e participação da JPT, o II Congresso Nacional contou com quase 700 delegados e delegadas.

E qual a estratégia que vocês pretendem utilizar para dialogar com os jovens filiados que não estão participando da JPT e envolvê-los?
Aumentar o diálogo com a sociedade e filiar novos jovens ao Partido dos Trabalhadores estão entre os principais desafios dessa nova gestão.
Vamos aproveitar o processo das eleições municipais de 2012 para realizar um grande movimento de filiação. Temos o desafio de conquistar os corações e atrair os jovens que são simpatizantes do nosso partido, que defendem nossos governos nas escolas, nos bairros, nas redes sociais, no campo.
As ações da JPT serão focadas principalmente nos municípios, para dialogar com o dia a dia dos jovens brasileiros e aproximá-los cada vez mais do nosso partido.

Depois que a JPT deixou de ser apenas um setorial do partido, o que mudou, na prática?
Essa vitória foi fruto de muito empenho e de muita construção política.
Conseguimos que a direção nacional do PT compreendesse que a JPT não poderia ser somente um setorial no partido. Precisávamos de mais força para vencer os desafios que estão apresentados.
O debate da renovação geracional foi de extrema importância. Precisamos ter um partido cada vez mais jovem e antenado com a nova realidade brasileira.
Nosso desafio agora é incidir sobre a construção de um partido socialista de massas que tenha na prática política e na organização de militantes seu principal alicerce para abrir uma nova fase na história do Brasil e do mundo. O fortalecimento dos laços com a classe trabalhadora, sua organização e a presença na luta dos explorados e oprimidos devem ser prioridade, e a juventude petista deve ser um dos principais expoentes dessa política.

Como a JPT pretende lidar com os 52 milhões de jovens do país? O que é fundamental para as juventudes brasileiras hoje?
Esse momento do bônus demográfico vai demorar a ocorrer novamente. Temos de aproveitá-lo para ampliar as políticas públicas para os jovens brasileiros.
Acreditamos que com uma boa relação da JPT, das outras juventudes partidárias, com os movimentos sociais e com a Secretaria Nacional de Juventude do governo Dilma conseguiremos avançar no fortalecimento das políticas principalmente para os segmentos mais excluídos da sociedade, como os jovens negros, as jovens mulheres, os jovens LGBT. É fundamental investir cada vez mais na educação, na geração de emprego e renda para os jovens, no acesso à cultura e ao lazer, no fortalecimento da agricultura familiar.
Precisamos aproveitar esse grande contingente de jovens e fazer campanhas pelo fim do extermínio da juventude, pela reforma política no nosso país, pela democratização da mídia. Fazer um chamado pela unidade das juventudes e avançar na conquista por mais direitos.

Como a JPT pretende trabalhar para modificar os caminhos traçados pela hegemonia cultural e ideológica do neoliberalismo entre os jovens da atual geração?
Pretendemos manter um diálogo social com os mais diversos segmentos e muita mobilização para mostrar as mudanças realizadas pelo nosso governo do PT a partir da eleição do companheiro Lula.
É dever de todo jovem petista fazer esse debate na sociedade e passar para o jovem brasileiro que o melhor caminho é vir para o PT e ajudar a construir um novo Brasil.

E vocês têm discutido como enfrentar a ideia muito difundida de que política não é uma coisa boa para os jovens?
Infelizmente setores conservadores do nosso país tentam difundir essa ideia. Estaremos lutando e mostrando para a juventude brasileira que a política é um grande instrumento de transformação social e que é preciso participar cada vez mais. Prova disso são nossos governos estaduais e principalmente o federal, que através da política mudou e muda para melhor a vida da juventude brasileira. Faremos esse debate com muita mobilização social nas eleições de 2012.
A juventude brasileira tem potencial para ser a força motriz do aprofundamento das transformações vividas pelo país.

Foram aprovadas várias resoluções políticas no congresso. Quais você considera as mais importantes?
Tivemos diversas resoluções aprovadas e 98% delas construídas por consenso pelas forças partidárias presentes no II Congresso da JPT. Destaco a resolução política do congresso, norteando os principais desafios para o próximo período e as mudanças que a juventude quer no Brasil e no mundo. Outra resolução importante é a que trata da organização da JPT, seu novo processo de eleição, a necessidade de uma política de municipalização e das frentes de massa da JPT.

Fernanda Estima é editora assistente de Teoria e Debate
Foto: Fernanda Estima/TD


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